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Dar voz ao silêncio: como estimular a comunicação do autista

A comunicação do autista é uma das maiores preocupações de famílias e educadores, pois a fala e a expressão verbal são fundamentais para a autonomia, a socialização e o bem-estar. 


imagem simboliza pensamento do autista

Mas como estimular a comunicação do autista


Para responder a essas e outras questões, conversamos com  Márcia Silva Santos, fonoaudióloga da AMAFV, que traz orientações práticas, desmistifica conceitos e mostra como a fonoaudiologia pode transformar o cotidiano de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).


1.Comunicação do autista: o que significa “verbalização” no contexto do autismo e por que ela é tão importante?


Marcia Santos: De forma simples, verbalização é o uso de palavras ou sons com intenção comunicativa — seja para pedir algo, expressar sentimentos ou interagir.


No autismo, ela é fundamental porque amplia a autonomia, facilita a socialização e reduz frustrações relacionadas à dificuldade de se fazer entender.


2.Todo autista pode desenvolver fala? Quais fatores influenciam nesse processo?


Marcia Santos: Nem todos os autistas desenvolverão a fala oral, mas isso não significa ausência de comunicação.


A fala depende de diversos fatores: integridade dos músculos orofaciais, respiração adequada, boa audição, capacidade de imitação, aspectos cognitivos e sensoriais, além do engajamento familiar.


Por isso, quanto mais cedo a estimulação ocorrer, maiores as chances de evolução.


3.Qual é o papel da fonoaudiologia no estímulo da comunicação verbal?


Marcia Santos: O fonoaudiólogo avalia e intervém na fala, linguagem, audição e comunicação como um todo.


No TEA, trabalhamos desde a linguagem receptiva e expressiva até a intenção comunicativa e aspectos sociais, sempre atentos aos marcos do desenvolvimento.


O objetivo é criar estratégias personalizadas que favoreçam a evolução de cada indivíduo.


4.Quais sinais indicam que os pais devem buscar apoio especializado?


Marcia Santos: Alguns sinais de alerta incluem: ausência de balbucio, falta de palavras até os 18 meses, repertório reduzido, dificuldade em imitar sons, pouco ou nenhum contato visual, não apontar ou gesticular para pedir algo, ou não responder ao próprio nome.


Todos são indicativos para buscar avaliação profissional.


5.A fala sempre deve ser o objetivo principal? A comunicação alternativa também é válida?


Marcia Santos: A fala e a comunicação alternativa devem caminhar juntas.


Recursos como o PECS (sistema de comunicação por figuras) e dispositivos eletrônicos podem ser aliados importantes, garantindo que a pessoa consiga se expressar de forma eficaz e significativa.


O essencial é que exista um meio funcional para que desejos e sentimentos sejam comunicados.


6.Na AMAFV, vocês utilizam a abordagem ABA também nas sessões de fonoaudiologia?


Marcia Santos: Sim. A equipe multidisciplinar da AMAFV conta com profissionais especializados em Análise do Comportamento Aplicada (ABA).


A metodologia é utilizada conforme a necessidade de cada caso, estruturando intervenções em pequenas etapas, reforçando conquistas e utilizando estímulos motivadores específicos.


7.Quais técnicas ou recursos você mais utiliza?


Marcia Santos: Dependendo do caso, utilizo modelagem de fala, alfabeto fonético e convencional, jogos de imitação, livros interativos, pistas visuais, exercícios de motricidade orofacial, bandagem, recursos de comunicação alternativa e princípios do ABA.


Sempre de forma lúdica, respeitando a individualidade da criança.


8.A idade influencia nos resultados? Existe um “tempo ideal” para começar?


Marcia Santos: Sim. Há comprovação científica de que a neuroplasticidade cerebral é maior nos primeiros anos.


Por isso, quanto antes iniciar, melhor. Mas nunca é tarde: o ser humano está sempre em processo de aprendizagem e pode adquirir novas habilidades ao longo da vida.


9.Como a família pode ajudar no processo em casa?


Marcia Santos: Narrando ações, nomeando objetos, oferecendo escolhas, aguardando a resposta da criança sem antecipá-la e transformando situações cotidianas em oportunidades de interação.


O envolvimento da família é essencial para ampliar os resultados da terapia.


10.Mitos e verdades: vídeos e músicas estimulam a fala do autista?


Marcia Santos: Assistir de forma passiva não ajuda.


O que realmente estimula é a interação ativa: cantar junto, pausar para a criança completar frases e transformar músicas em brincadeiras de imitação.


11.Como lidar com frustrações ou retrocessos?


Marcia Santos: Com paciência, flexibilidade e amor. O progresso pode oscilar, mas cada avanço, por menor que pareça, deve ser valorizado.


12.Que mensagem você deixaria para famílias que estão começando essa jornada?


Marcia Santos: Cada criança tem seu tempo, ritmo e jeito. Não compare. O mais importante é que ela consiga se expressar e ser compreendida.


A comunicação vai muito além da fala: trata-se de conexão, afeto e inclusão.


A AMAFV pode apoiar sua família


Se você busca orientação sobre a comunicação do autista ou deseja iniciar um acompanhamento especializado, a AMAFV está pronta para ajudar. 


Entre em contato pelos nossos canais oficiais e saiba como agendar uma avaliação ou conhecer de perto nossos serviços de fonoaudiologia e apoio multidisciplinar.



Foto da fonoaudióloga
Com uma formação sólida e multidisciplinar, Márcia Santos é graduada em Pedagogia, Fonoaudiologia e Psicanálise, possui pós-graduação em Psicopedagogia e ABA, Neuropsicologia, Neuropsicopedagogia, Neuropsicanálise, Docência do Ensino Superior e Filosofia, além de ser graduanda em Terapia Ocupacional




 
 
 

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