Autismo e Genética: o que a ciência já sabe sobre essa relação
- Suely Oliveira
- há 11 minutos
- 2 min de leitura
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a socialização e o comportamento.
Uma das perguntas mais comuns entre famílias e profissionais é: o autismo é genético?
A ciência tem avançado muito nessa área, e hoje já se sabe que a genética desempenha um papel importante, embora não seja o único fator envolvido no desenvolvimento do autismo.

Genética e Autismo: qual a relação?
Estudos apontam que entre 60% e 90% dos casos de TEA têm alguma influência genética.
Isso significa que certas alterações em genes relacionados ao desenvolvimento cerebral podem aumentar a probabilidade de uma pessoa apresentar o transtorno.
No entanto, o autismo não é causado por um único gene, e sim por uma combinação de variações genéticas.
Dessa forma, enquanto muitas delas são herdadas, outras surgem espontaneamente durante a formação do embrião.
Sendo assim, essas variações podem afetar a forma como o cérebro se organiza e processa informações, resultando em diferenças no comportamento, na comunicação e na percepção sensorial.
Genética não é destino
Mesmo com forte influência genética, o autismo não é determinado apenas pelos genes.
Ou seja, fatores ambientais, como exposição a infecções durante a gestação, complicações no parto ou alterações no ambiente uterino, também podem contribuir, especialmente quando há uma predisposição genética.
Por isso, é importante compreender que o diagnóstico de TEA não é culpa dos pais, nem algo previsível. A genética ajuda a explicar, mas não define por completo quem a pessoa é.
Avanços da ciência e novas descobertas
Com o avanço da tecnologia, estudos de sequenciamento genético têm identificado centenas de genes relacionados ao TEA.
Pesquisas recentes revelam que algumas dessas alterações também estão associadas a condições como TDAH, epilepsia e dificuldades de aprendizagem, o que reforça a complexidade e a diversidade dentro do espectro.
Assim, essas descobertas têm contribuído para:
Abordagens terapêuticas personalizadas;
Melhor compreensão sobre o funcionamento do cérebro autista.
Ainda não existe um “teste genético” que diagnostique o autismo de forma isolada, mas os estudos estão cada vez mais próximos de oferecer respostas individualizadas.
O olhar da AMAFV sobre o tema
Na AMAFV, compreendemos o autismo como resultado de múltiplos fatores, e não apenas genéticos.
Por isso, nosso trabalho é centrado em acolher, compreender e estimular o potencial de cada pessoa, independentemente da origem do diagnóstico.
Com uma equipe multidisciplinar e terapias baseadas em evidências, promovemos o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e adultos com TEA, sempre com o apoio e a participação ativa das famílias.




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