Bullying contra Autistas: entenda a gravidade
- Suely Oliveira
 - 24 de out.
 - 2 min de leitura
 
O bullying contra autistas é uma realidade preocupante que atinge crianças, adolescentes e até adultos dentro e fora das escolas.

Muitas vezes, atitudes de exclusão, zombarias e comentários cruéis são disfarçados de “brincadeira”, mas provocam danos profundos à autoestima, à saúde mental e à confiança da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
E com o avanço das redes sociais, o problema se estende também ao ambiente virtual, o chamado ciberbullying, que amplia a violência e a exposição.
Bullying contra autistas: por que é tão comum?
Pessoas com TEA podem apresentar dificuldades de comunicação, sensibilidade sensorial e comportamentos repetitivos.
Infelizmente, essas características, que fazem parte da neurodiversidade, ainda são mal compreendidas por muitos, o que gera discriminação e isolamento.
Nas escolas, é comum que colegas interpretem a diferença como “estranheza” e, sem orientação, reproduzam atitudes de rejeição ou agressão verbal.
Em ambientes online, o ciberbullying pode se manifestar por meio de memes, comentários ofensivos ou exclusões de grupos virtuais.
Mais do que um problema de convivência, trata-se de uma violação de direitos humanos e educacionais.
Saiba como identificar os sinais de bullying contra autistas
Pais, professores e terapeutas devem ficar atentos a alguns sinais de alerta, como por exemplo:
Mudanças bruscas de humor ou comportamento;
Medo de ir à escola ou participar de atividades;
Isolamento social e queda no rendimento escolar;
Queixas somáticas (como dores de cabeça e estômago) sem causa física aparente;
Uso excessivo ou evitamento total das redes sociais.
Por isso, identificar precocemente é o primeiro passo para proteger e intervir de forma adequada.
Mas como agir diante de bullying ou ciberbullying?
Escutar e acolher a vítima. Evite minimizar o sofrimento dizendo que “é só uma fase”.
Comunicar a escola e os responsáveis. Toda instituição de ensino é obrigada por lei a agir diante de casos de bullying.
Registrar evidências. No caso de ciberbullying, guarde prints e URLs das ofensas.
Buscar apoio psicológico e jurídico. O acompanhamento ajuda a reparar danos emocionais e evitar reincidência.
Promover o diálogo. Trabalhar a empatia e a diversidade é fundamental para prevenir novas situações.
O papel das políticas públicas e da AMAFV
O Programa Nacional de Combate ao Bullying (Lei nº 13.185/2015) estabelece medidas de prevenção e conscientização nas escolas, mas ainda há falta de implementação efetiva.
Por isso, é essencial que essas políticas considerem as especificidades do autismo, formando educadores para reconhecer e lidar com essas situações.
Dessa forma, desenvolvemos ações educativas e apoio às famílias, reforçando a importância da empatia, do acolhimento e do diálogo na construção de uma sociedade sem preconceitos.
Lembre-se sempre que o bullying e o ciberbullying contra autistas não podem ser normalizados.
Toda forma de violência, seja física, verbal ou digital, deve ser combatida com informação, empatia e políticas públicas eficazes.
Na AMAFV, defendemos que respeitar é incluir, e que cada pessoa, com ou sem autismo, merece viver em ambientes onde a diferença seja motivo de aprendizado, nunca de exclusão.




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